Como Identificar TARE em Pacientes com Autismo - Dra. Natalia Belsuzarri
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Como identificar TARE em pacientes com autismo?

Já percebeu que pessoas que estão no Espectro Autista podem ter dificuldades alimentares?

Quando se torna um transtorno essa dificuldade de alimentação? Toda dificuldade de alimentação de um autista é o TARE?

Hoje vou explicar pra vocês como identificar algum transtorno alimentar em pacientes que já sabem que já tem diagnóstico de transtorno do espectro autista.

Um autista, pode ter qualquer transtorno alimentar, mas observamos com maior frequência a correlação do TEA com o Transtorno alimentar restritivo e evitativo. Ou seja, o famoso TARE, já ouviu falar?

O TARE é caracterizado por uma dificuldade alimentar em que a pessoa restringe a alimentação por falta de interesse, por aversão às características dos alimentos como cheiro, textura, sabor e também por uma preocupação muito forte sobre as consequências em comer, mas sem nenhuma preocupação com peso ou estética, ok?
Pessoas que estão no espectro autista têm características de rigidez cognitiva e hipersensibilidade e isso se reflete em um hábito alimentar restrito, se apresentando muito resistentes à introdução de alimentos.
Isso gera uma grande preocupação dos pais, pois existem consequências graves no desenvolvimento da criança por conta dessa restrição de quantidade e de qualidade alimentar.

Então como identificar se existe ou não o TARE em um pessoa autista?

Para a validação dos dois diagnósticos no mesmo paciente, é necessário observar os prejuízos físicos, mentais e psicossociais dessa queixa alimentar.
Percebemos que essa criança autista, que tá em em fase de crescimento e que tem o TARE começa a ter sinais de maior prejuízo: deixa de ganhar peso, tem atraso no crescimento, atraso no desenvolvimento cognitivo e social, começa a tem sinais clínicos de desnutrição como infecções, queda capilar, pele, unhas e ossos frágeis.
Sem contar que é muito desgastante alimentar alguém com TARE. As interações sociais que envolvem a alimentação ficam prejudicadas. E Infelizmente as consequências podem ser permanentes.
Frequentemente, no TARE é necessário suplementar a alimentação para manter alguma nutrição.
Então gente, percebem o tamanho do prejuízo?

Um autista que restringe alguns alimentos, mas não tem tamanhas complicações, muitas vezes não tem TARE!

Por isso que a atenção à alimentação de um autista é necessária, junto com a avaliação do estado nutricional.
A avaliação nutricional é mandatória. Se há deficiências nutricionais significativas, muitas é necessário usar suplementos além do ajuste alimentar, mas sempre com orientação e somente o necessário.  
Em resumo, lembrem-se da importância de olhar com cuidado para alimentação.
Ele pode ser um sintoma de uma condição de neurodesenvolvimento, como também pode não ser. Existem casos de TARE que não tem relação com o espectro autista, mas se sabe dessa frequente correlação de diagnósticos!


Um beijo, até a próxima!